Em uma volta ao passado do futebol nacional, um cenário bem distinto do atual se desenha quando olhamos para as figuras que comandavam os times da elite. Em uma época onde a valorização do técnico brasileiro era mais acentuada, apenas uma exceção se destacava entre os comandantes: o argentino José Poy.
José Poy, um nome que talvez não ressoe com a mesma intensidade das estrelas estrangeiras que hoje dirigem equipes no Campeonato Brasileiro, era a figura solitária de outro país a liderar um dos clubes na competição. Em um período onde a troca de treinadores não era tão frenética e a busca por técnicos de fora não era uma tendência, Poy se estabeleceu como um caso atípico, uma curiosidade em meio a um mar de técnicos nacionais.
Os times, repletos de jogadores que se tornariam lendas e ídolos, eram orientados por treinadores que fizeram história nos gramados brasileiros. Esses técnicos eram vistos como mestres da tática e estratégia, muitos deles ex-jogadores que haviam transitado para a beira do campo após pendurarem as chuteiras.
O futebol daquela época era marcado por uma identidade mais local, com treinadores que conheciam profundamente o cenário nacional e suas peculiaridades. Eles eram responsáveis por formar jogadores, construir equipes competitivas e, muitas vezes, por trazer alegrias às torcidas com títulos memoráveis.
A presença quase exclusiva de treinadores brasileiros refletia uma confiança nas capacidades nacionais, uma crença de que o futebol brasileiro poderia se desenvolver e prosperar sob a liderança de seus próprios profissionais. José Poy, apesar de estrangeiro, foi acolhido e respeitado, mas permaneceu como uma exceção em um tempo onde os técnicos brasileiros eram a regra e não a exceção.
Hoje, olhando para trás, podemos refletir sobre as mudanças no panorama do futebol. A globalização e a busca por novas ideias e métodos levaram os clubes a olharem além das fronteiras nacionais. No entanto, a história nos lembra que houve um tempo em que o treinador brasileiro era o protagonista na arte de comandar as equipes dentro das quatro linhas, com José Poy sendo uma lembrança de quando a exceção confirmava a regra.
Fonte: Futebolinterior