Em uma tentativa de revitalizar uma das mais tradicionais manifestações culturais brasileiras, a Folia de Reis, diversos grupos do Rio de Janeiro têm adotado estratégias inovadoras para atrair o público jovem. Diante do crescente desinteresse dessa faixa etária e da migração de membros para igrejas evangélicas, os foliões estão modernizando seus cantos e ritmos na esperança de manter viva a tradição.
A Folia de Reis, que tradicionalmente percorre as casas e praças entoando cantos em louvor aos três Reis Magos e ao nascimento de Jesus, tem enfrentado dificuldades para se sustentar em um contexto cultural em constante mudança. A secular festividade, que une elementos religiosos e folclóricos, parece não ecoar com a mesma força entre os mais novos, que estão cada vez mais distantes dessas práticas.
Conscientes dessa realidade, os grupos de Folia de Reis têm buscado adaptar-se, incorporando instrumentos mais contemporâneos e ritmos que dialogam com a música popular atual. Essas mudanças não visam apenas a preservação da essência da festa, mas também a criação de uma ponte entre gerações, onde o respeito pela tradição se mescla com a linguagem dos jovens.
Essa reinvenção da Folia de Reis inclui a introdução de workshops e oficinas em escolas e espaços culturais, onde os jovens podem aprender sobre a história e a importância da festividade, além de terem a oportunidade de participar ativamente dos cortejos. A ideia é que, ao se envolverem na prática, eles possam se sentir parte da tradição e, assim, ajudar a perpetuá-la.
Ainda que alguns puristas possam ver essas mudanças com certa resistência, muitos acreditam que a adaptação é essencial para a sobrevivência da Folia de Reis. Afinal, a cultura é dinâmica e se renova com o passar do tempo, e o que se busca é a continuidade dessa expressão cultural tão rica e significativa para a identidade brasileira.
Os resultados dessas iniciativas já começam a ser notados, com um número crescente de jovens participando dos grupos de Folia e demonstrando interesse em aprender sobre os cantos, os instrumentos e a história por trás da festa. A esperança é que, com a modernização dos ritmos e a inclusão dos jovens, a Folia de Reis continue a ser uma celebração vibrante e relevante nas comunidades do Rio de Janeiro.
Fonte: Folha