Após cumprir 11 anos de prisão pelo assassinato de sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp, o ex-astro paralímpico sul-africano Oscar Pistorius foi libertado sob condições estritas de monitoramento. A decisão, que veio após uma análise de seu comportamento na prisão e da avaliação de sua elegibilidade para liberdade condicional, significa que Pistorius permanecerá sob vigilância até o final de sua sentença, prevista para dezembro de 2029.
O caso, que chocou o mundo em 2013, ganhou notoriedade não apenas pela brutalidade do crime, mas também pela figura de Pistorius, conhecido como “Blade Runner” por causa das lâminas de fibra de carbono que usava para competir. O atleta alegou ter confundido Steenkamp com um invasor quando disparou quatro vezes através da porta do banheiro em sua casa em Pretória, na madrugada do Dia dos Namorados.
Durante o julgamento, que foi acompanhado por uma intensa cobertura midiática, Pistorius foi inicialmente condenado por homicídio culposo em 2014. No entanto, após recurso da promotoria, sua condenação foi elevada para assassinato em 2015, e a pena aumentada para seis anos de prisão. Posteriormente, após outro recurso, a pena foi ampliada para 13 anos e cinco meses.
A liberdade condicional de Pistorius vem com várias condições, incluindo a necessidade de participar de programas de reabilitação e respeitar restrições de viagem. Além disso, o atleta terá que enfrentar o escrutínio público e a reação daqueles que ainda sentem que a justiça não foi totalmente servida.
A família de Reeva Steenkamp expressou desapontamento com a liberação de Pistorius, reiterando a perda irreparável de sua filha e a dor contínua que a decisão reacende. Enquanto isso, defensores dos direitos das vítimas e críticos do sistema judiciário sul-africano questionam a consistência e a severidade das penas aplicadas em casos de violência contra mulheres.
A libertação de Oscar Pistorius marca mais um capítulo em uma saga trágica que continua a levantar questões sobre a violência doméstica, a fama, a justiça e o tratamento de criminosos notórios dentro do sistema penal.
Fonte: Folha