Na tradicional Lavagem do Bonfim, um dos eventos mais emblemáticos e simbólicos da Bahia, este ano o cortejo foi marcado não apenas pela fé e devoção, mas também por manifestações políticas e sociais. Diversos movimentos e organizações ambientalistas aproveitaram a visibilidade da festividade para expressar seu descontentamento com as recentes alterações na Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo de Salvador.
Os manifestantes, munidos de faixas e cartazes, integraram-se à multidão que percorria o trajeto até a Colina Sagrada, onde está localizada a Igreja do Senhor do Bonfim. Eles denunciaram o que consideram retrocessos na legislação urbanística da capital baiana, que, segundo eles, podem favorecer a especulação imobiliária e comprometer áreas de preservação ambiental.
As críticas se concentram na flexibilização de regras para construção em áreas antes restritas, o que, de acordo com os ativistas, ameaça o equilíbrio ecológico e o direito à cidade. Afirmam que as mudanças podem resultar em um aumento desenfreado de empreendimentos imobiliários, colocando em risco ecossistemas já fragilizados e a qualidade de vida dos moradores.
Os protestos na Lavagem do Bonfim também ressaltaram a importância da participação popular nas decisões que afetam o ordenamento urbano. Os grupos exigem maior transparência e diálogo por parte do poder público municipal, bem como a garantia de que os interesses coletivos prevaleçam sobre os interesses privados.
A manifestação ambientalista na Lavagem do Bonfim reforça o papel da festa como um espaço de expressão cultural e política, onde diferentes vozes da sociedade baiana se fazem ouvir. Ainda que a festa mantenha seu caráter religioso e de celebração, ela também se consolida como um palco para o debate de questões urgentes que afetam a cidade e seus habitantes.
Fonte: Brasil de Fato
