Em um movimento que reafirma suas promessas de campanha, o presidente argentino, Javier Milei, enviou uma carta ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, declarando que a Argentina não aderirá ao grupo dos Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A decisão de Milei vem após a Argentina ter sido formalmente convidada a se juntar ao bloco econômico este ano, um convite que gerou expectativas de uma maior integração econômica e política com as potências emergentes.
A carta de Milei a Lula, cujo conteúdo foi parcialmente divulgado, reforça a posição do presidente argentino de manter uma política externa independente, focada no liberalismo econômico e na redução da influência estatal, que contrasta com as políticas mais intervencionistas e de cooperação Sul-Sul promovidas pelos membros do Brics. O presidente argentino argumentou que a adesão ao bloco não estaria alinhada com os interesses econômicos e as reformas que pretende implementar na Argentina.
A decisão de Milei gerou reações mistas em Brasília. Enquanto alguns setores políticos e econômicos veem a recusa como uma oportunidade perdida para a Argentina se alinhar com economias em rápido crescimento, outros acreditam que a escolha pode fortalecer as relações bilaterais com países que compartilham uma visão semelhante de mercado e governança.
O governo brasileiro, liderado pelo presidente Lula, que tem mostrado interesse em fortalecer o Brics como uma plataforma para a cooperação entre as nações em desenvolvimento e como um contraponto aos blocos econômicos tradicionais, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a decisão argentina. No entanto, fontes internas indicam que há um esforço para manter um diálogo aberto com a Argentina, visando preservar e potencializar os laços comerciais e diplomáticos entre os dois países, independentemente da participação no Brics.
Fonte: G1