Em um contexto marcado por tensões políticas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não autorizar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em 8 de janeiro, após receber um alerta de sua esposa, Janja. A decisão veio à tona em meio a preocupações de que a medida poderia abrir caminho para uma maior intervenção militar no governo, especialmente após os recentes atos de violência protagonizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esses apoiadores, em um episódio que chocou o país, invadiram e causaram destruição em importantes edifícios da República.
O alerta de Janja, segundo relatos, foi motivado pela percepção de que a ativação da GLO, um instrumento que permite o emprego das Forças Armadas em situações específicas de preservação da ordem pública, poderia ser interpretada como um sinal de fraqueza ou incapacidade das forças civis de segurança. Além disso, havia o receio de que essa medida pudesse ser vista como uma oportunidade para setores militares exercerem influência indevida sobre o poder civil, em um momento de alta polarização política.
A invasão dos prédios públicos, que incluiu atos de vandalismo e desrespeito às instituições democráticas, foi amplamente condenada por diversas esferas da sociedade. A resposta do governo, priorizando o reforço das forças de segurança civis e a restauração da ordem sem recorrer à GLO, reflete uma escolha estratégica em um cenário delicado para a democracia brasileira. A decisão de Lula, conforme observadores, também sinaliza um compromisso com a manutenção da separação entre as instituições civis e militares, um pilar essencial para a estabilidade democrática do país.
Fonte: Jornal O Globo
