Em meio a um cenário de incertezas econômicas e desafios fiscais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi questionado sobre o déficit substancial de R$ 230,5 bilhões registrado nas contas públicas do país em 2023. Durante a entrevista, o ministro atribuiu o desequilíbrio fiscal a uma conjunção de fatores, incluindo a herança de políticas anteriores, a desaceleração econômica global e os impactos residuais da pandemia de COVID-19.
Haddad destacou que a recuperação econômica mais lenta do que o esperado afetou diretamente as receitas do governo, enquanto as despesas continuaram a crescer, em parte devido a programas emergenciais e investimentos em saúde e infraestrutura, considerados essenciais para a retomada do crescimento. O ministro também mencionou a necessidade de reformas estruturais que possam equilibrar as contas a longo prazo, mas reconheceu que tais medidas enfrentam resistência e demandam um processo político complexo.
Adicionalmente, Haddad ressaltou que a volatilidade nos mercados internacionais e a alta dos juros em economias centrais contribuíram para a fuga de capitais e a desvalorização cambial, exercendo pressão adicional sobre as finanças públicas. O ministro reiterou o compromisso do governo em buscar um equilíbrio fiscal sustentável, enfatizando que o controle da inflação e a geração de empregos permanecem como prioridades máximas da agenda econômica.
Para enfrentar o desafio, o ministro da Fazenda anunciou uma série de medidas, incluindo o aprimoramento da gestão tributária, o combate à evasão fiscal e a revisão de subsídios e incentivos fiscais que não se mostraram eficazes. Haddad também enfatizou a importância do diálogo com o Congresso Nacional para avançar nas reformas necessárias e na busca por um consenso que permita ao país retomar uma trajetória de crescimento com responsabilidade fiscal.
Fonte : Inteligência Financeira