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Escândalo político abala São Paulo: CPI das ONGs mira relação entre padre Júlio Lancelotti e entidades da Cracolândia.

A instalação iminente da CPI das ONGs, de autoria do vereador Rubinho Nunes (União), promete abalar as estruturas da política paulistana. Com o principal alvo apontado como a atuação do renomado padre Júlio Lancellotti na região central da capital, em especial na cracolândia, a investigação já levanta polêmicas e suspeitas de contornos eleitorais.

O acordo articulado pelo vereador junto à cúpula do Legislativo para a instalação da CPI após obter as 24 assinaturas necessárias para protocolá-la promete colocar em xeque a relação do padre Júlio Lancellotti com as entidades da região. A CPI deverá ganhar contornos eleitorais, uma vez que Lancellotti é próximo de Guilherme Boulos (PSOL), um dos pré-candidatos à Prefeitura de SP em 2024.

O partido de Rubinho, União Brasil, que apoiará a reeleição de Ricardo Nunes (MDB), encontra-se no centro de uma teia política complexa. Com o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, como principal liderança no estado, e Kim Kataguiri, filiado à sigla, também como pré-candidato, as repercussões políticas se intensificam.

As atitudes de Rubinho têm sido fortemente criticadas por representantes da esquerda, levando os vereadores do PT Luna Zarattini e Hélio Rodrigues a denunciarem o colega à Corregedoria da Câmara Municipal de SP. A polêmica se torna ainda mais acalorada ao direcionar as entidades que serão alvos da CPI: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, e o coletivo Craco Resiste. Ambas atuam em prol da população em situação de rua e dependentes químicos da região central da cidade, assim como o padre.

Em meio a acalorados debates, o pároco afirmou que não tem qualquer influência sobre as entidades e não colabora em projetos conjuntos com elas. Ele se defende, alegando que as entidades são autônomas e que não participa ativamente de suas diretorias ou atividades cotidianas.

A controvérsia atinge novos patamares quando o padre aponta: “Elas são autônomas, têm diretorias, técnicos, funcionários. A Câmara tem direito de fazer uma CPI, mas vai investigar e não vai me encontrar em nenhuma das duas.” Ademais, Lancellotti esclarece que não faz parte do conselho da Bompar há 17 anos e que ocupava uma posição sem remuneração no conselho deliberativo da entidade.

Desafiando seus críticos, o padre Júlio Lancellotti ressalta que o vereador e seus aliados “ficam personalizando e criminalizando para fugir do debate da questão” e argumenta que deveriam “convocar o prefeito Ricardo Nunes e a Secretaria de Assistência Social, que dispõem do dinheiro público”. O embate político promete abalar as estruturas da cidade de São Paulo, gerando um escândalo de repercussão nacional.

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