A gigante do setor imobiliário chinês Evergrande Group teve um pedido de falência decretada pelo tribunal de Hong Kong nesta segunda-feira (29), em mais um capítulo da crise que vem abalando a economia da China e gerando preocupações nos mercados financeiros globais. A decisão judicial ocorre após meses de especulações e tentativas de reestruturação da dívida da empresa, que ultrapassa os 300 bilhões de dólares.
A Evergrande, que já foi a incorporadora imobiliária mais valiosa da China, enfrenta uma crise de liquidez desde o ano passado, quando começou a atrasar pagamentos a fornecedores e investidores, levantando temores de um possível efeito dominó no setor imobiliário do país e além. A situação da empresa se agravou devido às rígidas políticas de endividamento impostas pelo governo chinês, conhecidas como “três linhas vermelhas”, que limitam o nível de passivos que as incorporadoras podem ter em relação ao seu capital.
O impacto da falência da Evergrande é potencialmente vasto, considerando o tamanho e a importância da empresa para a economia chinesa. Além de seus negócios imobiliários, a Evergrande tem investimentos em outras áreas, como esportes e veículos elétricos. A crise também afeta milhares de proprietários de imóveis e investidores que aguardam a entrega de apartamentos ou o retorno de seus investimentos.
As autoridades chinesas têm trabalhado para conter os riscos financeiros associados ao colapso da Evergrande, enfatizando que os problemas da empresa são administráveis e que os direitos dos proprietários de imóveis serão protegidos. No entanto, a falência declarada pelo tribunal de Hong Kong sinaliza que os esforços de reestruturação não foram suficientes para salvar a empresa.
A notícia da falência da Evergrande reverberou pelos mercados financeiros, com investidores avaliando as implicações para o setor imobiliário da China e para a estabilidade financeira global. A situação da Evergrande é um lembrete da vulnerabilidade do setor imobiliário chinês, que desempenha um papel crucial na economia do país, e das consequências de um crescimento baseado em dívidas excessivas.
Fonte : G1
