Um novo documento veio à tona detalhando as táticas empregadas pelo bilionário Jeffrey Epstein para recrutar jovens mulheres para seu círculo privado, conforme investigações conduzidas por um detetive que se dedicou ao caso do magnata. Epstein, que foi preso em julho de 2019 sob acusações de tráfico sexual de menores, morreu em sua cela em agosto do mesmo ano, em um evento que foi oficialmente declarado como suicídio.
O detetive, cujo trabalho foi fundamental para desvendar a rede de Epstein, revelou que o bilionário e seus associados utilizavam uma série de métodos sofisticados para atrair suas vítimas. Segundo o documento, muitas das jovens eram inicialmente abordadas com ofertas de oportunidades de trabalho, bolsas de estudo ou convites para eventos exclusivos. A partir desses primeiros contatos, elas eram gradualmente introduzidas ao estilo de vida luxuoso de Epstein, sendo levadas para suas propriedades privadas, incluindo sua ilha particular no Caribe, conhecida como “Ilha de Pedófilos” por alguns tabloides.
O relatório também aponta que Epstein contava com uma rede de recrutadoras, muitas vezes mulheres que já faziam parte de seu círculo, para identificar e persuadir outras jovens a se juntarem a ele. Essas recrutadoras recebiam compensações substanciais por cada nova pessoa que traziam, criando um ciclo vicioso de exploração.
A investigação detalha ainda como Epstein usava sua influência e poder para criar um ambiente de intimidação e controle, onde as vítimas se sentiam incapazes de recusar suas propostas ou denunciá-lo. O documento sugere que o magnata se aproveitava da vulnerabilidade econômica e social das jovens para mantê-las sob seu domínio.
O caso de Jeffrey Epstein ganhou notoriedade internacional, não apenas pelas acusações chocantes, mas também pelos seus contatos com figuras de alto perfil, incluindo políticos, celebridades e membros da realeza. A morte de Epstein encerrou o processo criminal contra ele, mas deixou muitas perguntas sem resposta e um legado de vítimas em busca de justiça.
O relatório agora divulgado contribui para um entendimento mais profundo dos mecanismos de abuso e exploração utilizados por Epstein, e reforça a necessidade de um escrutínio contínuo sobre as práticas de indivíduos poderosos que usam sua posição para cometer crimes sexuais. A divulgação dessas informações também é vista como um passo importante na luta contra o tráfico sexual e na proteção de potenciais vítimas de predadores semelhantes.
Fonte: Jornal O Globo