O alfajor, um dos doces mais emblemáticos e apreciados da Argentina, é frequentemente associado à identidade culinária deste país sul-americano. No entanto, a origem exata dessa iguaria é motivo de debate entre historiadores e especialistas em gastronomia.
Embora os alfajores sejam um ícone da Argentina, onde são consumidos em grande escala e apresentam uma variedade de receitas e apresentações, indícios históricos sugerem que a origem do alfajor pode ser traçada até muito antes de sua popularização na Argentina.
A palavra "alfajor" é derivada do árabe "al-hasú", que significa "o recheio". Acredita-se que a receita tenha sido trazida para a Península Ibérica durante a ocupação muçulmana, que durou aproximadamente do século VIII ao XV. Na Espanha, o alfajor manteve-se como uma especialidade, especialmente na região de Andaluzia, onde ainda é preparado com uma mistura de amêndoas, mel e especiarias.
Com a chegada dos espanhóis à América do Sul, a receita do alfajor foi introduzida no continente. Ao longo dos séculos, o doce foi adaptado aos ingredientes locais e aos gostos dos habitantes da região, o que resultou nas versões conhecidas hoje na Argentina e em outros países latino-americanos.
Na Argentina, o alfajor é tradicionalmente composto por duas ou mais camadas de massa, geralmente à base de manteiga ou farinha de trigo, com recheios que variam de doce de leite a frutas, cobertos ou não com chocolate ou açúcar em pó. A popularidade do alfajor argentino é tamanha que ele se tornou um dos presentes mais comuns que turistas levam ao visitar o país.
Apesar de sua associação contemporânea com a Argentina, a história do alfajor é um exemplo da maneira como as culinárias podem evoluir e se adaptar em diferentes culturas ao longo do tempo. A origem do alfajor, portanto, não se limita a uma única região, mas é resultado de um processo de intercâmbio cultural que atravessou continentes e séculos.
Reflexão sobre o comportamento ideal:
Ao abordar a história de um item cultural como o alfajor, é importante manter uma perspectiva aberta e respeitosa em relação às diversas contribuições que diferentes culturas trouxeram para a sua evolução. O ideal é reconhecer e valorizar a riqueza que a interação entre povos diferentes pode gerar, sem cair na armadilha de apropriar-se indevidamente de tradições ou de ignorar suas verdadeiras origens. A curiosidade e o respeito pela história e pela diversidade cultural são comportamentos que enriquecem o entendimento humano e promovem uma apreciação mais profunda das tradições culinárias e de outros aspectos da vida cultural.
Fonte : Política Estadão
