Um grupo de três cientistas está defendendo a tese de que a Lua entrou na era Antropoceno, uma teoria que afirma que as ações humanas tiveram impacto significativo em 58 locais da superfície lunar desde a primeira missão em 1959, quando a sonda soviética Luna 2 atingiu o satélite natural da Terra.
O conceito do Antropoceno baseia-se na ideia de que a Terra está atualmente vivendo uma nova era geológica, na qual as ações humanas têm gerado impactos profundos que serão perceptíveis nas rochas por milênios. Essa teoria marca o fim da era Holoceno, que começou há 11.700 anos, após o término da grande era glacial.
Agora, os cientistas estão aplicando essa mesma ideia à Lua. Em um comentário publicado na revista científica Nature Geoscience, Justin Holcomb, Rolfe Mandel e Karl Wegmann destacam que a primeira ação humana na Lua ocorreu quando a sonda Luna 2 colidiu com a região conhecida como Mare Imbrium, criando a primeira cratera de origem humana no satélite. Desde então, 58 locais da superfície lunar sofreram algum tipo de impacto causado pela ação humana.
“No momento, estamos passando por nossa próxima grande expansão: a colonização do nosso Sistema Solar. Mas, em vez de ferramentas de pedra e lareiras, estamos deixando para trás pegadas humanas, rovers, aterrissadores e equipamentos científicos”, afirma o texto.
O comentário também defende que o retorno humano à Lua é inevitável para fortalecer a discussão e facilitar estudos sobre os efeitos da exploração lunar.
“A ideia original do conceito do Antropoceno era que, em algum momento, os seres humanos passariam de agentes mínimos de perturbação para impulsionadores significativos de mudanças na superfície e no sistema planetário. Já ultrapassamos esse limite para a Lua”, concluem os cientistas.
Essa descoberta desperta novas reflexões sobre o impacto das atividades humanas não apenas na Terra, mas também em outros corpos celestes. O estudo reforça a importância de considerar as consequências de nossas ações à medida que continuamos a explorar e colonizar o espaço.
Fonte : GHZ Ciência e Tecnologia